24 agosto 2006





Ride



Esta bd nunca foi publicada e também nem quero saber. deus sabe que o Pepe é perfeito e nada o poderá derrubar. Quer dixer....... tudo tudo....... é axxim, echiste uma coichita que derruba o Pepe, mas não vou dizer.



A arca do tio Pepe tem coisas muito giras.


A arca abriu e saiu isto

A arca está cheia de coisas assim

A arca está de volta

A cena porno é mesmo fixe. E os nossos antepassados eram extraterrestres bué fixes, que curtiam gaxxxas a toda a hora.


Mais uma da minha arca

Os adoradores do batemane que se lixem......... e os do kristo também.......... curti desenhar este batatamen pregado à la crux.


Hoje decidi mostrar coisas antigas. Umas já publicadas e outras nem por isso.

23 agosto 2006


Arca do Pepe

O desenho e a pintura são meus mas a arte final da gaxxxa é da Ana Freitas.

22 agosto 2006



Mais uma viagem da VIrgin's trip.
Alguns dos originais do livro Virgin's Trip vão estar em exposição na NLF do instituto franco-português www.nlflivraria.com a partir do dia 01 de Setembro até ao dia 31 de Setembro. Ainda não está marcado o fim-de-semana para a sessão de autografos. Alguns dos originais vão também estar à venda durante a exposição.

22 julho 2006

21 julho 2006


Bd toma lá

A coelhinha mata mata.

Era uma vez uma coelhinha de pernas esculpidas e orelhas espigadas que gostava muito de foder coelhinhos mortos por isso andava sempre com uma faca na mão e sempre que via um coelhinho jeitosinho sacava loga da lâmina e espetava no bucho do animal sacava-lhe de dentro das calças o prémio desejado e começava a comer roia tudo até ficar só a seiva quente nos seus lábios a coelhinha nunca tomava banho e tinha assim um cheiro sempre muito intenso que atraia todos os coelhinhos aos saltinhos.

16 julho 2006

08 julho 2006

Fato de Macaco #2

Em baixo está um esboço do que vai ser o comic do Rui Gamito está a acabar (Está mesmo quase terminado!!!!), para ser editado pela El Pep. A saír ainda em Novembro de 2006. O esboço em baixo, foi pintado pelo Rui Lacas a partir de um esboço a lápis da BD. São 32 páginas de BD e mais algumas com informação, editado em formato próximo do comic book, todo a 4 cores.

04 julho 2006

Bd's publicadas



Estas duas bd's foram publicadas no Jornal Mundo Universitário, uma (Mal de amores) em 2005 e a outra (Na eskina eskura) em 2006.

03 julho 2006

A revolução.

A revolução no Estado tem de começar com a mutuação da consciência social no cidadão.
Não podemos exigir a evolução da estrutura social sem nos consciencializarmos da importância emocional e racional enquanto parte imperfeita do conjunto. O Estado, actualmente, não é o "nós", mas sim um meio corrupto para alguns enganarem a verdade. Até à morte.





A tua consciência é tão engraçada!
Está tudo tramado.......................... Creiei mais dois monstros................... O Chevalier Lacas e o Almirante Fuji andam a blogar na rede.......................... O mundo está fodido, não bastava o Pires Voador e o Pepito.................................

22 junho 2006

Merda.

No inicio deste mês atropelei uma rapariga. O perito da companhia de seguros diz que, em principio, sou o culpado. Tudo bem. Devo de pagar as despesas do hospital e a medicação que seja necessária. Tudo bem. A rapariga só ficou com um corte ligeiro no pé, nada de grave, mesmo sendo a victima. Tudo bem. Mas, foda-se.......... Será que ninguém, entre todos os merdosos sapientes e criadores das castradoras leis, percebe que se calhar o culpado (!!!!) pode ser tão victima como a victima óbvia? Que merda de mecanismos legais existem para ajudar o trauma que é deixado no condutor? Nada. Népia. Filhos da puta, é o que são todos os cabrões e putas que cagam leis cá na terrinha.

21 junho 2006

16 junho 2006


KillerStar

Mata et´s a preços bacanos. Se tens um et a foder-te o juizo, liga-lhe e a gaja fode-lhe a vidinha toda.

02 junho 2006

Do passado


André Ruivo e Rui Gamito na casa 25 de Arroios para sempre. Não me lembro do ano.

01 junho 2006


Pá, isto é uma grande treta!! A duquesa Ana de Freitas, apesar do esboço original a lápis ser dela, a arte final a pincel e a pintura é minha, usou esta imagem numa página de bd que está a ser publicada num suplemento de um jornaleco tuga... SEM A PORRA DA MINHA AUTORIZAÇÃO!!!!!!! A duquesa Ana de Freitas tá tramada... vai ter que me pagar um jantar num restaurante japonês para compensar o estrago emocional provocado neste pobre vagabundo mal-cheiroso e necessitado de carinho e com excesso de porrada.

31 maio 2006

Planeta marado, gajas boas e muito vinho.

É verdade, sou eu de novo... estou mesmo vivo... estive imigrado num planeta bué da marado e só agora voltei.

11 abril 2006

Ilustração Rui Lacas

Primeira razão: o nosso livro foi lançado às feras no fim-de-semana de inauguração do
2º festival de BD em Beja.
Segunda razão: o nosso livro esteve em exposição no festival de Beja.
Terceira razão: comer em Beja é muito, muito bom.
Quarta razão: o pessoal da bedeteca de Beja foi muito porreiro.
Quinta razão: a qualidade geral das exposições foi muito boa.
Sexta razão: o Paulo Monteiro é um bacano.
Sétima razão: a Susa Monteiro é muito fixe.
Oitava razão: o glamour da Maria João Carreto é muito fixe.
Nona razão: não andei à porrada com ninguém, o que parece estranho sabendo que por lá
saltitava uma criatura nojenta.
Décima razão: as noites foram fixes e Beja tem gajas (Milf's UI... UI...) boas e bonitas.

06 janeiro 2006

Ó peixeira, vai mamá-lo!!!!!!

O farol da minha distância.






A água suja espelhava o caminho que eu teria de percorrer até chegar. O brilho do farol magoava com o seu ruído metálico. Sempre a rodar, cobrindo de luz o que quero esconder. Dou o primeiro passo. Entro na água e começo a assobiar. Caminho por entre os reflexos e sobre as cabeças dos peixes que tem um ar imbecil. As minhas botas não permitem que a podridão da água entre, evitando assim a contaminação da minha pele. Adeus, a minha viagem sem regresso começou. Não deixo nada por acabar e não levo nada que mereça recordar. Beijos a quem amo e merda para quem amei.

23 dezembro 2005



Bom natal ou uma merda desse género.

21 dezembro 2005

Natal


- Mas se comemoramos o aniversário do nascimento do Jota Cristo, porque é que somos nós a receber as prendas e não é o gajo?
- Pepe, o Jota Cristo já foi para a cova à muito, certo? Por isso temos de ser nós a receber...
- Ah, pois... é verdade! Então porque não comemoramos o dia do morto em vez do seu nascimento?
- Pepe, cala-te!

16 novembro 2005

O Gamito disse, o Gamito arriscou a vida e disse:

"Tens a delicadeza de um Panzer."

Foda-se Gamito, só porque chamei labrega a uma mulher sensual, bella e desejável......... Eu não queria chamar-lhe labrega nem provinciana. Foi algo que saiu sem pensar. Pronto. A gaja é boa e eu não estava a falar dela. Que merda Gamito, para tua informação esmagar corpos com um Panzer é necessário ter uma certa sensibilidade e delicadeza para poder conduzir, sem estragar mais nada.

29 outubro 2005

26 outubro 2005



A VIAGEM DA VIRGEM

Está quase a sair o livro da viagem da virgem. É editado pela El Pep e tem como autores o Pepedelrey, o JCoelho, Rui Gamito e o Rui Lacas. É um pequeno conto Sci-Fi estranho a cores. Lá para Dezembro digo mais qualquer coisa.

24 outubro 2005

12 outubro 2005

01 outubro 2005

Elas estão além!!!!

As meretrizes mutantes voltaram a respirar depois de um atrofio enorme com clientes moralistas de merda. Vai até http://meretrizesmutantes.blogspot.com que as gajas estão lá. Não pagas nada e está à vontadinha de bateres as que quiseres, se fores gajos. Se fores gaja, bem, usa o que tiveres a jeito.

29 setembro 2005



Vou partir, naquela estrada...............

Ah, a bela Itália e a suja Roma! Sexta-feira lá vou eu... pela rota dos céus até à sujidade do ar romano. Para a confusão organizada, o caos desejado, a civilização real. Adeus, até ao meu regresso.

26 setembro 2005




Meu menino,

não fiques assim tão chateado. Sabes que a mamã nunca se esqueçe de ti. Só vou estar fora alguns dias. A viagem não é muito complicado, nem me perco com muita facilidade. E sabes? A mamã quando voltar vai te trazer um brinquedo bonito. Talvez um ronfiuty voador ou quem sabe, um fugoib rotativo...! Vou ter muitas saudades tuas quando estiver por lá. Meu menino lindo, meu principe encantado das floresta mundanas de Marte.


Será que não é mais uma panca?

Estou a pensar em continuar a bd em tiras "As meretrizes mutantes da mata do Monsanto" e scanálas aqui para esta página. Talvez publicar uma tira por semana, num sei....... Mi num é di cá! Essa bd começou a ser posta on-line num sitio mas a coisa correu mal. E estava a p/b e agora quero fazer com alguma cor. Ah, o texto começou a ser escrito pelo Dr. Arq. Eng. Prof. Mestre Nuno Duarte e eu não continuei a bd. Bem, vou masturbar-me e depois penso no assunto.

25 setembro 2005

É por isto que gosto de viajar de carro.

É bom dar boleia.
10001010110010100010111101010101001011111001111001011110011110101010111111010

Isto é linguagem de robot e eu não faço a minima ideia qual é o seu significado. Se calhar o robot está a perguntar se elas tem horas porque tem de apanhar o comboio das 18h23m para Tokyo.

24 setembro 2005

Gajas...

Mas porque é que quando um gajo vos diz a verdade, vocês chamam-nos de egoistas, que só pensamos em nós, que não vos damos importância nenhuma, que o nosso mundo é machista e gira em nosso redor, blábláblá! Se vos mentimos, somos um sacanas, porcos, nojentos, que a vossa mãezinha é que tinha razão, blábláblá................

23 setembro 2005




A primeira é minha, a segunda é do Jorge Coelho e a última é do Rui Lacas. São bd's para um fanzine do Mestre Geraldes Lino.


Minhas queridas amiginhas da rua, sois vós a salvação deste pecador. Libertaste esta alma reprimida, num gesto de caridade. Sou um vulcão quando vos beijo as orelhas. Até breve, minhas adoradas Princesas.
Será que alguém me pode dizer onde está esta gaja?
Continuo vivo

Mesmo que isto os irrite, estou mesmo vivo.

29 julho 2005

Porra pá, o Pepe é um chato...

Eu sei, caralho... sou un chato do tamanho do caralho do cristo rei! E depois? Qual é o problema???

11 maio 2005

Os cromos fodidos jamais serão repetidos.

A lusitânia alma e a cegueira ignorante.

Porque o povo pode ser o que a vontade imaginar.

Labregos oprimidos, juntai-vos na luta contra a opressão da urbe.

10 maio 2005

Salazar era um génio.

Só podia ser um génio. Só um homem desse nível poderia dominar um povo, uma nação, um império durante tanto tempo. Pela força, pela repressão, pela ignorância. Obviamente. Mas também porque o podia fazer, pois soube aproveitar a nossa estupidez e amplificar a nossa tão very tipical ignorâcia e o medo, o nosso medo. Um homem que soube dominar um povo através da lástima do fado, do medo ignorante de fátima e da homossexualidade reprimida do futebol. Ó triste alma minha que sofre, ó mulher danada que me levas-te à bebida, lálálálá... ó demónios que me perturbam, corroendo a minha moral, deus que não me abandone... as multidões exaltadas que excitadas admiram vinte e cinco tipos em calções a correr na relva, por causa de uma bola, aquela bola, de t-shirts suadas amarcarem os esbeltos corpos produzidos em tornos fashion. Um homem que conseguiu cegar um povo com uma bêbeda cantadeira, um negro mal falante com um único talento: as pernas, e uma santa que uns putos ranhosos e pastores alucinados, disseram ter visto entre nuvens. Brilhante. Estúpido povo e nação carente! Que orgulhoso este povo coberto de vergonha. Pela fome percorreram mares, ocuparam terras longiquas, escravizaram outros povos, destruiram outros credos, outras culturas. Que bravura foi essa, ó gentes estúpidas, que tanto cantais? Um mundo português nas mãos de um pacóvio de Santa Comba Dão. Estúpido povo que obedeceu como um cachorinho a um labrego letrado. E mesmo depois da birrinha do 25 de Abril de 1974, este estúpido povo continua igual. Imparável na cegueira, no turistico fado, na vendida fátinha e na paneleiragem do futebol. Cães obidientes, bem treinados nas escolas da ignorância, continuam a saga de existirem pela lei de Salazar. Continuem a dormir, que nada vos perturbe o sono sagrado da ignorância. Que se fodam todos.

18 abril 2005

Nos últimos dias de Berlim.

Imaginem como terão sido as últimas horas em Berlim. Como se terão sentido as crianças naqueles instantes em que a morte estava à sua frente, disfarçada de libertadores angelicais. O que terá sentido o velhote do 1 andar na rua perto da estação de comboios, quando um sacana de um soldado americano violava a sua esposa? Aquela miudinha de 6 anos, loira e inocente, violada e esventrada pelos dois sargentos russos, perto do canal. O que terá pensado ela no segundo em que respirou o último fôlego? Que dores sentiu a senhora que morava perto do reichtag. quando foi obrigada a satisfazer os generais americanos e ingleses, por entre duas explosões? Em nome da liberdade, da democracia e do negócio. Os nacionais socialistas eram uns filhos da puta, ninguém tem dúvida, mas que os filhos da puta dos aliados foram uns criminosos... bem, a desculpa dos danos colaterais já era banalizada nos orgãos de comunicação de massas. Ah, pobres judeus que sofreram tanto, tanto, tanto, que tem agora de se vingar nos palestinos.

13 abril 2005

Um peixe que entrou no meu pénis

É forte e é fodido. Ó filha, sou algum poste ou quê? Ah, pensei que soubesses. Isto é uma figura de estilo. Ah, figura de estilo não conheço... isso comesse ou bebesse?? Dá uma manca a bater couro! Elas é que vem ter com eles. Mas faz um sentido. Este gajo tá sempre a bater couro e a bater bem... e se as gajas sabem que ele é dos ¨¨¨¨ tá-se bem. Ricos programadores de tv que temos. Ah, isto é para putos. Faz-me lembrar os fatos da animação japonesa... aqueles que tem os olhos em bico. Ainda bem que ligas-te, não vou. Dá ai um calduço ao bacano por mim.Your sons will be allright, música para bater couro. Música de dançar, recorrente várias vezes.
Temos aqui um escriva e mete esta merda na blogosfera. Isto, para as gajas deve ser fixe. Pensam logo, ah, aquilo deve ser animado. Mexerico é gospel. Pera ai, deixa pensar que isto agora já não tem espontanêadade, a mesma coisa... perdeu a espontanietê!!
Imagina um programa tipo COPS baseado na prisão de Jesus Cristo. Meta as mãos na oliveira, por favor. Afaste a túnica. Tivemos uma informação que os senhores só oravam a um deus. Vai jesus e disse: eu quero o meu rabi, eu só quero o meu rabi! Isso não é contigo, não é um verbo que tu digas muitas vezes.

12 abril 2005

Podias fazer deus transparente, não achas?

É uma questão de fé.
É uma questão de fé.
É uma questão de fé.
É uma questão de fé.
É uma questão de fé.
O amigo das suas afirmações, retrata-o a si. Você se não se retrata
a gente tira a fotografia a outro. O homem que se retratava mais rápido
que
a sua sombra.
Ó diabo! É ele próprio. Recebi os três.
Sim, sim. Ele tem peso e depois não consegui baixar nenhum deles. Nem o cair, nem o enrolado.

03 março 2005

ME

Algumas pessoas dissem que sou estranho, outras dizem que até sou um tipo normal. Apesar de tudo o que dissem, continuo a não gostar da Fátinha, do Fadinho e do Futebolzinho. Puta que vos pariu. Mas sabem, se querem mesmo saber, a minha familia diz-me que, hei, afinal tu és um dos nossos...Ó deus! Como eu gostaria de ser um Marciano...

24 novembro 2004

Conversa em messenger.

ف الوطنية برصد مجموعة says:
+/-
ricardo voltou says:
GÔDO!
ricardo voltou says:
não tavas de cama?
ricardo voltou says:
ف الوطنية برصد مجموعة says:
sim
ف الوطنية برصد مجموعة says:
mas tou f.........
ف الوطنية برصد مجموعة says:
da vid
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vida
ricardo voltou says:
pq^?
ف الوطنية برصد مجموعة says:
foderam o meu carro, anularam uma trabalho e o livro voltou para tra´s
ف الوطنية برصد مجموعة says:
além disso as gaxas não me ligam nada
ف الوطنية برصد مجموعة says:
ah
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vamos em janeiro a angouleme
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keres ir?
ricardo voltou says:
quero mas não posso
ricardo voltou says:
como vão?
ricardo voltou says:
pÓpO
ricardo voltou says:
´?
ف الوطنية برصد مجموعة says:
sim
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vamos alugar um
ricardo voltou says:
e vão mesmo?
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vou fazer as acreditações hoje via net
ricardo voltou says:
fixe
ricardo voltou says:
tb tenho saudades
ricardo voltou says:
mas não tenho tempo
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ok
ricardo voltou says:
e como é q te aconteceu as outras coisas todas?
ricardo voltou says:
muito azar
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acordei hoje e vi k bateram no carro
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o livro voltou da gráfica por problemas de paginação
ف الوطنية برصد مجموعة says:
telefonaram-me á pouko e disserasm k as filmagens de hoje foram anuladas
ف الوطنية برصد مجموعة says:
as gaxas.................
ف الوطنية برصد مجموعة says:
bem, as gaxas são parvas
ricardo voltou says:
ai as gaxasa...as gaxas
ricardo voltou says:
são arvas mas algumas são boas cmó milho
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pois
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mas se não fisseres da maneira komo kerem
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chateiam-te até doer os ouvidos
ricardo voltou says:
sim,sim
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mas ehfim
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enfim
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o mundo gira e gaxas À muitas
ricardo voltou says:
oui
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viva o mundo
ricardo voltou says:
e as gajas!
ricardo voltou says:
e o Pastel de bacalhau!
ricardo voltou says:
e o de Belém!
ricardo voltou says:
e a feijoada!
ricardo voltou says:
e o mundo outra vez!
ricardo voltou says:
e as gajas!
ف الوطنية برصد مجموعة says:
viva
ricardo voltou says:
UFA!
ricardo voltou says:
ف الوطنية برصد مجموعة says:
gajas
ricardo voltou says:
ah e a ginjinha!
ف الوطنية برصد مجموعة says:
conas mamas cus
ricardo voltou says:
eo caldo verde
ricardo voltou says:
e isso tb!
ricardo voltou says:
mas cus só de gajas
ricardo voltou says:
ف الوطنية برصد مجموعة says:
klaroooooooooo
ricardo voltou says:
mas q conversa tão interessante
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pão com chouriço
ricardo voltou says:
boa!
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sandes de coratos
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minis
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entremeadas
ricardo voltou says:
alheira de mirandela!
ف الوطنية برصد مجموعة says:
e cooooooooooooooona..........
ricardo voltou says:
co sabão????
ricardo voltou says:
ف الوطنية برصد مجموعة says:
sabão???
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não
ricardo voltou says:
viva as bebedeiras nos queixos
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muitas
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estamos a fazer um novo spot da cerveja imperial????
ricardo voltou says:
e q os neurónios nã morram depressa
ricardo voltou says:
tamos?
ricardo voltou says:
nã é só conversa parava mesmo
ricardo voltou says:
"parva"
ricardo voltou says:
vivam as gajas om pêlos nos sovacos
ricardo voltou says:
BLHAARRG
ricardo voltou says:
estava a brincar, hem?
ricardo voltou says:
ف الوطنية برصد مجموعة says:
pêlos
ف الوطنية برصد مجموعة says:
NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
ricardo voltou says:
gajas c p^los nas pernas...não curtes???
ricardo voltou says:
ف الوطنية برصد مجموعة says:
NNNNNNÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
ricardo voltou says:
chiça
ricardo voltou says:
já percebiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
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SÓ GAJA RAPADA
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e de tetas grandes e labios carnudos
ف الوطنية برصد مجموعة says:
pernas compridas
ف الوطنية برصد مجموعة says:
rabo redondo
ricardo voltou says:
e um gajo barbado de petas grandes e lábios sapudos????
ف الوطنية برصد مجموعة says:
cerveja gelada com wiskkkkyyyyy
ف الوطنية برصد مجموعة says:
nnnnnnnnnnnnããããã~~aooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
ف الوطنية برصد مجموعة says:
isso é cena à ************
ricardo voltou says:
tás a precisar mesmo de espairecer
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sim
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por isso vou para angouleme
ricardo voltou says:
fazeis bem
ricardo voltou says:
tb precisava de lá ir
ricardo voltou says:
mas enfim
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COBARDE COBARDE COBARDE
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COBARDE COBARDE COBARDE
ricardo voltou says:
chiça!
ricardo voltou says:
olha....
ricardo voltou says:
sabes o q eu te digo
ricardo voltou says:
?
ricardo voltou says:
VVA O MUNDO
ricardo voltou says:
e as gajas!
ricardo voltou says:
eo pastel de bacalhau
ricardo voltou says:
and so on
ف الوطنية برصد مجموعة says:
PRONTO
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TUDO BEM
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calma
ف الوطنية برصد مجموعة says:
eu sou teu amigo
ricardo voltou says:
pq é tás PRETO?
ف الوطنية برصد مجموعة says:
só kero o teu bem
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preto
ricardo voltou says:
sim
ف الوطنية برصد مجموعة says:
onde??
ricardo voltou says:
as letras?
ف الوطنية برصد مجموعة says:
ah???
ف الوطنية برصد مجموعة says:
as letras com que escrevo?
ف الوطنية برصد مجموعة says:
são a preto, sim
ف الوطنية برصد مجموعة says:
mas... não deviam?
ricardo voltou says:
sim
ricardo voltou says:
achei graça
ricardo voltou says:
ف الوطنية برصد مجموعة says:
e assim, jão estão melhor?
ف الوطنية برصد مجموعة says:
pretos du caralho!!!!
ricardo voltou says:
BENFIIICAAAAA
ف الوطنية برصد مجموعة says:
benfica?? NNNÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOO!!!!
ricardo voltou says:
mas as pretas são boas!!!!
ف الوطنية برصد مجموعة says:
ISSSO NUNCA
ricardo voltou says:
POOORRRTOOOO
ricardo voltou says:
ف الوطنية برصد مجموعة says:
desculpa, mas sou teu amigo e recuso-me a responder a provocassões
ricardo voltou says:
e fazes tu muito bem
ricardo voltou says:
VIVA OS AMIGOS!
ricardo voltou says:
E PARA OS AMIGOS NÃO VAI NADA,NADA,NADA???
ف الوطنية برصد مجموعة says:
amigos para siempre
ف الوطنية برصد مجموعة says:
lálálá
ricardo voltou says:
E PARA AS GAJAS NÃO VAI NADA,NADA,NADA???
ricardo voltou says:
E PARA O PÃO COM CHOURIÇO NÃO VAI NADA,NADA,NADA???
ف الوطنية برصد مجموعة says:
TTUUUUUUUUUDDDDDDDDOOOO
ف الوطنية برصد مجموعة says:
até os uns bons pontapés na cona
ricardo voltou says:
E PARA O BACALHAU Á BRÁS NÃO VAI NADA,NADA,NADA???
ricardo voltou says:
CHIÇA
ف الوطنية برصد مجموعة says:
ssiiiiiiiim
ricardo voltou says:
Q´O GAJO ESTÁ VIOLENTO!
ف الوطنية برصد مجموعة says:
nem k sejam um bom vomitado depois do bacalhau
ف الوطنية برصد مجموعة says:
e vivam as imperias os caracois e as gambas
ricardo voltou says:
cá nojo
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o k?
ف الوطنية برصد مجموعة says:
as gambas?
ف الوطنية برصد مجموعة says:
ou as imperiais?
ف الوطنية برصد مجموعة says:
ou os caracois??
ricardo voltou says:
nop
ricardo voltou says:
o vomitado
ف الوطنية برصد مجموعة says:
és gay ou k??
ف الوطنية برصد مجموعة says:
ah
ف الوطنية برصد مجموعة says:
o vomitado
ف الوطنية برصد مجموعة says:
opk
ف الوطنية برصد مجموعة says:
kamarade
ف الوطنية برصد مجموعة says:
du bist einne pilsnerdrunker?
ricardo voltou says:
QÈ?????
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se és um bêbado de cerveja........ carago cu mouço é um moiro tontinho.
ricardo voltou says:
estás muito, mito estranho,
ricardo voltou says:
ainda continuas c o teu BLOG?
ف الوطنية برصد مجموعة says:
vou continuar hoje
ف الوطنية برصد مجموعة says:
depois de alguns messes
ricardo voltou says:
qdofui lá já não escrevia desde julho
ف الوطنية برصد مجموعة says:
de confusão cerebral
ricardo voltou says:
AH
ricardo voltou says:
e no BLOG já não estás confuso?!
ricardo voltou says:
Kiding
ف الوطنية برصد مجموعة says:
ah
ف الوطنية برصد مجموعة says:
num sei
ف الوطنية برصد مجموعة says:
num bi
ف الوطنية برصد مجموعة says:
num tava lá
ف الوطنية برصد مجموعة says:
num oubi
ف الوطنية برصد مجموعة says:
biba as gaijas
ricardo voltou says:
BIBA
ricardo voltou says:
Pita???!!
ricardo voltou says:
ف الوطنية برصد مجموعة says:
shoarma
ف الوطنية برصد مجموعة says:
com umas imperias
ف الوطنية برصد مجموعة says:
e uns tromoços
ricardo voltou says:
não como há q tempos
ف الوطنية برصد مجموعة says:
e umas gaijas
ف الوطنية برصد مجموعة says:
e eu também não
ف الوطنية برصد مجموعة says:
shoarma
ف الوطنية برصد مجموعة says:
digo eu
ف الوطنية برصد مجموعة says:
e uma francesinha? ah??
ف الوطنية برصد مجموعة says:
que tal??
ricardo voltou says:
fabuloso
ricardo voltou says:
o amigo ********* é q comeu ma francesinha há pouco tempo
ricardo voltou says:
em Espinho
ف الوطنية برصد مجموعة says:
pois
ف الوطنية برصد مجموعة says:
ouve
ricardo voltou says:
sim?
ف الوطنية برصد مجموعة says:
quando é que combinamos uma noite doida com o pessoal de antigamente?
ف الوطنية برصد مجموعة says:
tipo
ف الوطنية برصد مجموعة says:
recordar os bons velhos tempos
ف الوطنية برصد مجموعة says:
amigos de alex ou coisa parecida
ricardo voltou says:
AAHHHHH, NÂO!!!!
ricardo voltou says:
A DECADÊNCIA
ricardo voltou says:
Amigos de Alex!????
ف الوطنية برصد مجموعة says:
SSSSSSSSSIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM
ricardo voltou says:
MEN, ainda só tenho 32 anos
ف الوطنية برصد مجموعة says:
do alex, da maria, da gina, da teresa, de todas elas
ف الوطنية برصد مجموعة says:
e?????
ف الوطنية برصد مجموعة says:
eu tenho 37
ricardo voltou says:
e tu tb ainda não cegaste aos 50
ف الوطنية برصد مجموعة says:
e quero voltar ao antigamente
ف الوطنية برصد مجموعة says:
quero ter 20 de novo
ricardo voltou says:
... por uma noite?
ف الوطنية برصد مجموعة says:
não
ف الوطنية برصد مجموعة says:
para sempre
ف الوطنية برصد مجموعة says:
é verdade, tou a chorar
ricardo voltou says:
regresso ao passado
ف الوطنية برصد مجموعة says:
de saudade
ف الوطنية برصد مجموعة says:
saudade
ricardo voltou says:
pois
ف الوطنية برصد مجموعة says:
saudade de tê 20 ano di novo
ricardo voltou says:
era muito fixe
ف الوطنية برصد مجموعة says:
ainda por cima estamos a ouvir os herois do mar
ricardo voltou says:
mas crescemos
ricardo voltou says:
e temos responsabilidades
ف الوطنية برصد مجموعة says:
pois
ف الوطنية برصد مجموعة says:
sacana
ricardo voltou says:
e foemos ao futuro e os objectivios todos
ف الوطنية برصد مجموعة says:
continua assim que fico ainda mais triste
ricardo voltou says:
sorry
ricardo voltou says:
não era essa a intenção
ricardo voltou says:
tb penso no antigamente
ricardo voltou says:
olha só
ricardo voltou says:
parecmos uns velhos, Caralho!!!
ف الوطنية برصد مجموعة says:
biba o passado
ف الوطنية برصد مجموعة says:
biba o futuro
ف الوطنية برصد مجموعة says:
puta que pariu o presente
ricardo voltou says:
e as Gajas!!!
ف الوطنية برصد مجموعة says:
GAJAS GAJAS
ricardo voltou says:
o presente é a ligação
ف الوطنية برصد مجموعة says:
AH??
ricardo voltou says:
é importante
ricardo voltou says:
muito ZEN
ricardo voltou says:
ف الوطنية برصد مجموعة says:
E a religião?
ricardo voltou says:
é uma confusão!
ricardo voltou says:
(até rima)
ف الوطنية برصد مجموعة says:
tamos numa de didicarmo-nos à filhadaputice da religião?
ricardo voltou says:
mop
ف الوطنية برصد مجموعة says:
ou acreditamos realmente nos ET'S??
ricardo voltou says:
tu é q falaste nisso
ف الوطنية برصد مجموعة says:
gajas boas e et's
ف الوطنية برصد مجموعة says:
ah
ف الوطنية برصد مجموعة says:
como a vida podia ser boa
ricardo voltou says:
e robos
Olá

14 julho 2004

13 julho 2004

Desenho do André Ruivo
Olhem para o lado esquerdo

Vá lá, olhem para o lado esquerdo deste blog, onde estão os links e os arquivos... Está lá uma coisa chamada Desenhos. Cliquem lá... Isso... Foi a única forma de conseguir meter nesta porra, alguns desenhos meus.... Que feliz sou eu....

10 julho 2004

Este é mais um texto de opinião

A liberdade de expressão não é só um direito, mas sim uma realidade da nossa existência, como a água e o ar, o vinho e o leite, a carne e o peixe, a merda e a urina nas casa de banho. O texto que copiei para este blog, foi-me enviado por um amigo, daqueles mesmo bons e raros amigos. É um texto do Miguel Sousa Tavares. Não vou embirrar mais com ele, depois disto ...


Para Quê Votar?
Por MIGUEL SOUSA TAVARES
Sexta-feira, 02 de Julho de 2004
Vamos começar pela memória, porque esta gente detesta a memória, como todos os que vivem na oportunidade e não na coerência. Há uns anos atrás, quando o seu futuro político não ia além da função de animador sazonal dos congressos do PSD - e onde todo o seu pensamento político se resumia à patética reivindicação da herança de Sá Carneiro e do "PPD/PSD" -, Santana Lopes prestou-se (mediante "cachet", presumo) a fingir que era primeiro-ministro de Portugal, num programa da SIC chamado "A Cadeira do Poder", genial invenção do animador Albarran. No jogo - onde ele adoptou aquela postura grave de "estadista", que às vezes lhe ocorre sob os holofotes da televisão - acabou, aliás, derrotado por Torres Couto. Passados uns tempos, e quando os seus diligentes serviços de propaganda pessoal (sustentada pelos contribuintes) nos propunham acreditarmos na sua grande obra política que era a de plantar umas palmeiras na praia da Figueira da Foz, o mesmo Santana Lopes, indignado - e justamente, diga-se - com um programa da mesma SIC onde era pessoalmente achincalhado, pediu uma solene audiência a Jorge Sampaio para lhe comunicar, "urbi et orbi", que abandonava para sempre a política portuguesa.
Não foi preciso esperar muito para constatarmos que aquilo que era suposto ser a sério - o abandono da vida política - tornou-se numa brincadeira e o próprio indignado Santana Lopes acabou a trabalhar para a mesma SIC que tanto o havia ofendido. E se o que era para ser a sério se transformou numa brincadeira, o que não passava de uma brincadeira - Santana Lopes a primeiro-ministro - ameaça hoje tornar-se numa coisa séria. Parece um pesadelo e, no entanto, é um país: o nosso.
O que mudou? A progressiva degenerescência do pessoal político, a progressiva indisponibilidade dos competentes e dos sérios para servirem na política e habitarem no mesmo mundo onde habitam os Santana Lopes, os Jardins, todos aqueles para quem o poder é a única fonte de legitimidade e o único objectivo da política, todos os que, à boca cheia ou à boca pequena - como Paulo Portas ou tantos outros dentro do PSD e do PP -, falavam dele em tom de comiseração e hoje estão dispostos a, sem um estremecimento de vergonha, tratá-lo por "Senhor primeiro-ministro" e negociarem com ele fatias do grande festim de benesses que sempre acompanhou a carreira política do personagem.
Este é o homem, recordo, que, de todas as vezes que se propunha para presidente do PSD, tratava de deixar claro que não seria candidato a primeiro-ministro - tamanha era a convicção própria da sua absoluta incompetência e descredibilização para o cargo.
2. Reza a história que Pedro Santana Lopes e Durão Barroso se conheceram em pleno PREC, nos bancos da Faculdade de Direito de Lisboa. Um era protofascista, o outro maoísta - o que para nós, democratas, implica uma quase fatal atracção mútua. Ambos acabaram por encontrar o seu espaço e o seu destino comum nessa nebulosa de ideologias e de gestão de interesses que é o mal-chamado Partido Social Democrata. Ao ler a manchete do PÚBLICO do último sábado ("Durão segue para Bruxelas e oferece governo a Santana"), senti que ao país acabava de ser servido, e pronto a consumir, o desenlace de uma história privada de dois personagens que já foram íntimos, já foram desavindos e adversários, e agora são cúmplices na forma ligeira como entre si põem e dispõem dos destinos do país.
E senti-me, como qualquer português que se preze (o que é diferente de andar para aí a passear a bandeirinha...), enxovalhado, abusado e traído. Julgo, salvo melhor opinião, que vivemos ainda em democracia. E, em democracia, os governantes são votados e são despedidos pelo voto dos eleitores. Alguns dos eleitores votaram em Durão Barroso para primeiro-ministro e outros votaram em Santana Lopes para presidente da Câmara de Lisboa. Confesso que fiquei espantado, mas foi isso mesmo que aconteceu. Com que legitimidade política o primeiro abandona agora o cargo de primeiro-ministro a meio do mandato e só porque lhe apareceu coisa melhor e mais fácil, e o segundo abandona a câmara da maior cidade do país, deixando-a positivamente de pantanas, para receber o lugar vago que o outro lhe ofereceu? É assim que se fazem as coisas - vota-se em Durão para primeiro-ministro e leva-se com Santana e vota-se em Santana para a Câmara de Lisboa e leva-se com alguém que ninguém conhece? Porque haveremos então de votar, da próxima vez?
3. O destino pessoal de Durão Barroso é, de facto, notável. Faz lembrar o Pacheco, do Eça, subindo, subindo sempre, como o "menor denominador comum". Ei-lo que chega ao topo da hierarquia europeia depois de, há umas semanas atrás, ter sido o governante mais derrotado nas eleições europeias e de ter sido, há mais de um ano, o grande fautor de desunião da Europa, de cujo futuro fez tábua rasa pelo prazer de poder tratar por "George" aquela luminária do lado de lá do Atlântico. E chega lá porque pertence ao grupo dos governantes do centro-direita europeu (ele, supostamente social-democrata), porque fala francês, porque dá garantias de assegurar uma presidência fraca contra os fortes, porque preferiu para si a glória sem interesse nacional de ser presidente da Comissão do que o interesse de ter um português como comissário numa pasta decisiva. E porque revelou um respeito pelos eleitores portugueses que lhe confiaram a chefia do Governo em tudo diferente da de outros seus colegas, como o primeiro-ministro do Luxemburgo - todavia, ao contrário de Durão Barroso, recente vencedor das eleições europeias no seu país...
Lembrem-se: há três semanas atrás, na noite em que vinha de encaixar a maior derrota eleitoral de sempre do centro-direita em Portugal, Barroso olhou-nos olhos nos olhos e disse-nos. "Entendi a mensagem dos portugueses e prometo mais e melhor trabalho."
Lembrem-se: este era o homem que acusava Guterres de ter fugido, quando este, na sequência de uma derrota em autárquicas bem menor do que a de Barroso nas Europeias, se demitiu - como aliás o próprio Durão Barroso exigiu - para que o eleitorado dissesse se ainda confiava na maioria então governante.
Lembrem-se: este era o homem que, há pouco mais de um mês, fez aplaudir de pé, no congresso do partido, a sua ministra das Finanças, cuja política ele defendia como patriótica e que os "big spenders" do partido acusavam de ter grandes perigos eleitorais. E que agora se dispõe a deixar cair sumariamente a mesma ministra, vista como um empecilho para o estilo de governação do seu sucessor e, logo, como um empecilho para o arranjinho que deixou preparado.
O "interesse nacional", que ele tanto gosta de invocar a propósito de tudo e de nada e que agora usa como justificação para a sua escandalosa deserção, transforma-se em escárnio quando todos podemos observar como, desde sábado passado, o primeiro-ministro em fuga anda feliz, contente e aliviado.
4. E Jorge Sampaio, perguntam todos? Jorge Sampaio tem um problema que só ele próprio conseguiria inventar, com esta fobia dos consensos e de fugir às crises, como se elas não pudessem ser virtuosas, clarificadoras e - como é o caso - higiénicas. Jorge Sampaio não pode descalçar a bota por meios que a Constituição não permita. Mas pode fazê-lo por qualquer meio que a Constituição não proíba, e entre esses está o uso das suas convicções políticas, dentro do quadro dos seus poderes constitucionais. Jorge Sampaio foi eleito com base em determinado programa político e por isso é que uma parte do eleitorado - a esquerda - votou nele e a direita não. Pode e deve continuar a ser Presidente de todos os portugueses no que se refere à salvaguarda da Constituição, do funcionamento das instituições e da garantia de direitos iguais para todos. Mas não deve, mesmo que possa, trair o programa e as ideias políticas com base nas quais uma maioria de portugueses lhe confiou o cargo. Os que votaram Sampaio não aceitam este golpe de Estado palaciano congeminado na Rua de Buenos Aires. O país não se decide assim, em "petit comité" de usufrutuários do poder. Se o Presidente, nesta hora, não vê claro o que há-de fazer, não percebo para que haveremos também de continuar a votar num Presidente. Só faltava agora ficarmos a pensar que, com Cavaco Silva na presidência, Santana Lopes não chegaria ao poder com esta leviandade palaciana.


06 julho 2004

Voltei, mas vou-me embora de novo

A puta da vida é assim mesmo, cabra e exigente, sacana quanto baste e sempre a nos foder as nossas decisões. Bom, não é mais uma depressão, só merda atrás de merda. Mudança de estúdio, mudança de casa, tio de 83 anos a quem foi amputado uma perna, pai a sofrer de paludismo, mãe a atrofiar, filha a exigir a presença do pai, farto de aturar certas pessoas que não tenho prazer nenhum em conhecer e com muita vergonha de saber quem são ............. estas semanas, foram as semanas do isolamento necessário. A próxima, esta em que já estamos, será também de isolamento necessário, já a começar hoje, terça-feira 06072004. Até ao próximo voltar.

14 junho 2004

Pravda

No outro dia enviaram-me uma cópia de um artigo publicado no jornal Pravda. O texto estava assinado por um russo que reside em Portugal à 25 anos. Bom, é realmente engraçado saber como vê um cidadão qualquer, mesmo residente em terras tugas, este cantinho tão estúpido que tanto amamos. Como não me apetece estar a escrever seja o que for, sobre este adorável texto, copiei-o e colei-o, mantendo o direito de divulgar a opinião dos outros, em liberdade e respeito pela independência do pensamento de todos os Homens.




PORTUGAL: PESSIMISMO E PEDOFILIA

São dois os principais problemas de Portugal: os poucos pessimistas
profissionais, que passam a vida a contaminar o resto da população, e uma
governação inadequada, ineficiente, ineficaz e fora de contacto com a realidade
no país. Que Portugal e os portugueses têm inegáveis qualidades, não hajam
dúvidas. Não é por nada que Portugal é um país independente e a Catalunha, a
Bretanha, a Escócia e a Bavária o não são. Não é por nada que o português é a
sétima língua mais falada no mundo, à frente do alemão, do francês e do
italiano. No entanto, estas qualidades precisam de ser cultivadas por quem foi
eleito para liderar e dirigir o país. O que acontece é que nem agora, nem por
muito tempo, Portugal tem tido líderes dignos do seu povo, capazes de liderar a
nação, realizar os projectos que foram escolhidos para realizar. O resultado é
uma onda de pessimismo, no meio dum mar de desemprego, desinteresse e
desorientação que serve de combustível para a economia emocional não funcionar,
aquela economia que é tão importante quanto a economia das quotas de oferta e
procura. A consequência é uma retracção não só da economia mas também do psique
da sociedade, com uma introversão patológica a manifestar-se no escrutínio
colectivo do umbigo nacional, ou um pouco mais abaixo. A não-história da
pedofilia, já uma psicose nacional, é um belíssimo exemplo de até onde pode
chegar uma sociedade quando nem é orientada nem estimulada a pensar em
horizontes mais saudáveis.
Há mais que um ano, a imprensa portuguesa regurgita a história do abuso sexual
de meninos do orfanato/escola Casa Pia, apontando nomes sonantes da vida pública
que nem têm lugar aqui, visto que até ser provado ao contrário, uma pessoa numa
sociedade civilizada, é considerado inocente.

Na busca de quem foi ou quem não foi, deu origem ao levantamento na praça
pública duma lista substancial de nomes do mundo artístico, desportivo, e
político, aos mais altos níveis. Não é a causa do pessimismo em Portugal, mas
espelho dele. A noção que "nós não prestamos, somos os coitadinhos da Europa e a
alta sociedade é podre" se ouvia nos finais dos anos 70, desapareceu e com a não
governação do primeiro ministro José Barroso, voltou. Está tangível, quanto mais
para um estrangeiro que ama e estuda este país há 25 anos. Outra manifestação
deste pessimismo é a negatividade ao nível das conversas nos cafés (inaudíveis
nos claustros de cristal onde pairam os governantes do país) acerca dum evento
que a priori é a melhor hipótese que Portugal alguma vez tem tido para se
projectar na comunidade internacional ? o Euro 2004. O Euro 2004 é o ponto
desportivo mais alto na história quase milenar de Portugal. É um dos três mais
vistos eventos televisivos no mundo e é uma excelente oportunidade de enterrar
de vez a falácia que Portugal é uma província espanhola. Mas o que é que
acontece?

Enquanto o resto da Europa se prepara com entusiasmo para o Campeonato da Europa
em Futebol, se ouve em Portugal por todo o lado que os estádios não estão
preparados, ou que não são seguros, ou que os aeroportos não estão adequados ou
que vai haver problemas com hooliganismo ou com terrorismo. Disparate! Ou pior,
uma vergonha, por quem perpetua este tipo de lixo que se chame notícias por aí.
Para começar, os estádios estão tão prontos que já se joga futebol neles.
Segundo, as normas de segurança têm de obedecer a rigorosíssimas normas de
controlo estipuladas pela inflexível UEFA. Terceiro, os aeroportos têm dos
sistemas mais avançadas de controlo de tráfego aéreo, total e completamente
integrados nos da União Europeia e mais, os adeptos não vão todos chegar no
mesmo dia, nem todos de avião. Quarto, quando os bilhetes foram vendidos na
Internet, foi consultada a base de dados proferida pelas forças policiais dos
países presentes no Euro 2004. Quinto, Portugal é alguma vez um alvo para
ataques terroristas, desde quando? Só se fossem as FP-25 de Abril.

Porém, onde estão as autoridades a explicarem a verdade, a estimular a
população, a instilar o optimismo, não só para o Euro 2004 mas para galvanizar a
economia, a liderar o país? Exactamente onde estiveram, estes ou outros, quando
os interesses dos portugueses estavam a ser vendidos por um preço barato, o que
levou gradualmente à situação actual em que uma família portuguesa gasta
substancialmente mais do seu ordenado em necessidades básicas do que no resto da
Europa. Não se admite que num supermercado espanhol, se encontram exactamente os
mesmos produtos bem mais baratos do que em Portugal, não se admite que no Reino
Unido o cesto básico de alimentos custa bastante menos, quando se ganha cinco,
seis ou sete vezes mais. Há duas semanas, vi três restaurantes no centro de
Londres com a cartaz "Comam o que quiserem por £5.45 - 9 Euros, ou um pouco
menos". Os portugueses gastam uma fatia tão grande do seu ordenado em
mantimentos fundamentais que não há capital disponível para os serviços,
restringindo a economia a um modelo básico e muito primário. Se bem que Portugal
é um país pequeno, também é a Bélgica, a Dinamarca, os Países Baixos, o
Luxemburgo, a Suiça, a Irlanda. Estes países têm um plano de médio e longo prazo
e nestes países ganham os lugares de destaque pessoas competentes e devidamente
qualificadas e formadas. Em Portugal, o plano é ganhar as próximas eleições,
ponto final. O que acontece depois? Há uma onda laranja (PSD - Actual gov) ou
cor-de-rosa (PS - gov anterior) a varrer o país e ocupar todos os quadros altos
e médios, seja em ministérios, em faculdades, em firmas, até em hospitais.

O grande plano é, quanto muito, de quatro anos, o que explica a pequenez de
pensamento e a falta de visão personalizada por uma ministra das finanças que
trata a economia do país como se fosse uma dona de casa maníaca, que, munida com
uma tesoura gigante, tenta transformar um lençol de cama de casal numa bata para
uma boneca diminuta? Corta, corta, corta. O resultado disso tudo é o que se vê:
desempregados à espera de desemprego durante largos meses, não semanas, sem
receberem um tostão do governo que elegeram para os proteger.

Quão conveniente por isso que o país fale de pedófilos e não da economia, do
emprego, da falta de poder de liderança deste "governo" PSD/PP, da ausência duma
cariz democrático, ou social, ou popular, da ausência do contacto ou calor
humano destes, que foram eleitos para proteger seus cidadãos. O que fizeram?
Absolutamente nada. Lamentaram que o país era um caos, e calaram-se. Então, onde
estão as políticas de salvação? Portugal está, e por muito tempo tem sido,
liderado por uma argamassa de cinzentos incompetentes que venderam os interesses
do país irresponsável e negligentemente para fora. Portugal precisa de quem
tenha o brio e a chama suficiente para incendiar a paixão do povo deste país
lindo, desta pérola do Atlântico, de ajudá-lo a ir ao encontro dos seus sonhos,
acreditar em si, redescobrir as suas consideráveis qualidades e colocar Portugal
num lugar de destaque entre a comunidade internacional. O leitor pode apontar
quem tenha feito isso nos últimos anos? O José Barroso está a fazê-lo? Caso
contrário, se não descobrir, e rapidamente, quem for competente para governar
este país, os projectos audazes e brilhantes, que vão de mãos dadas com o
espírito e a alma portuguesa, como por exemplo a EXPO 98 e a EURO 2004, ambos
com uma gestão excelente e uma preparação de que poucos países se poderiam
gabar, perder-se-ão no mar de lamúria de assola Portugal. Francamente, a
paciência dos que tanto lutaram para fazer qualquer coisa deste rectângulo
atlântico, começa a esgotar-se. Já que gostam de dizer que quem não está bem
deve mudar-se, começa a ser uma excelente ideia.

Timothy BANCROFT-HINCHEY
Director e Chefe de Redacção
PRAVDA.Ru Versão portuguesa

08 junho 2004

Olá

Pois, é verdade ainda não morri.

04 junho 2004

Caquinha, não posso escrever merda, por isso ...

Alguém, recentemente, criticou este blogue porque está cheio de palavrões. Eu não admito que me critiquem. Foda-se. Não gosto que digam mal de mim. Merda. Eu não sou ordinário, só sou um tipo mediano, superior a todos os outros, com os vícios mundanos e tarado sexual. Porra. Eu sou um deus, o único que vocês deveriam adorar. Foda-se. A merda é a única coisa que se mantém igual desde o princípio dos tempos.

01 junho 2004

Por principio.


Sem o compromisso necessário, retribuo o afecto que me ofereces-te. Não assumo nenhuma pressão, um voltar atrás, nem mesmo uma imagem em formato de recordação, sobre mim ou sobre o que eu fui para ti. Solto a vontade de continuar, agarrando a tua semelhança com as nuvens, virando sempre para o lado mais errado possível. Como se a brisa pudesse mentir ao meu ouvido, todas as estórias contadas, entre nós, em momentos alternados, mãos e pés, cruzados em união. O estado alienado de todo o meu ritmo, compassado, permitiu que tudo, o meu todo, em todo o tempo, pudesse dizer-te com a liberdade verdadeira, o espaço nada físico, vazio, sem a energia que todo o nosso tempo foi usada na colagem do nós, como se fosse o eu no plural. É curioso como sem saberem, algumas pessoas referem um ponto comum, uma assinatura típica da minha instabilidade. É curioso como todas essas pessoas dizem, que engraçado, o rosto de todas as tuas mulheres no papel, é sempre um rosto com a mesma expressão. Pode ser. Pode não ser. Não sei se realmente é. Não sei. Por vezes elas até são, um rosto, o mesmo rosto, a marca de um momento real e marcante, como se rasgassem as minhas veias, uma depois da outra, lentamente, recolhendo o meu sangue, para assinarem o teu nome no meu imaginário. Morro. Célula atrás de célula. Memória atrás de memória. Os teus beijos. Os teus desejos. Morro. Abraço-te com carinho, amor perdido.



Sou teimoso? Foda-se, e depois, não posso? Não posso ter as minhas certezas e defende-las? Mesmo que ninguém concorde, mesmo que tudo seja diferente, diferente do comum, de todos os outros? Foda-se, tenho de gostar de azul como tu? Estou errado em gostar de misturar o azul com verde, ou menos azul que todos os azuis que vocês usam? Não me sinto bem se tiver que usar o gosto dos outros, que me oprimem. O Eduardo Beauvalet diz que sou irreverente. Pois, deves ter razão, mas mesmo assim, porque não posso ser? Foda-se, já escrevi muitos foda-se, não foi? Então, foda-se, vão todos para o caralho. Pronto. Palhaços.


A vida que eu já vivi. Pois, pois. Vê, que até eu volto todas as manhãs, sempre igual.


Incúria. Masturbação de ansiedade. Nunca sem vir tarde. Como de nunca quem eu fui, nem tarde demais nem sem me ver com pressa, mesmo até chegar sem desistir. Procurando, sem largar, onde ela me deixou, tempo quebrado, o oxigénio terminado e queimado.


Reciclagem, o caralho. Morte às cidades. Lixo na tromba desses burgueses da treta, armados em gentalha com responsabilidades para com o mundo. Vão cavar batatas, seus urbanoides da treta. Caixotes de merda, pulgas existencialistas. Queres ecologia, foda-se, não poluas o ar com o teu tabaco da merda, os teus peidos de merda acumulada.


No interior, nocturno, sem possibilidades de descobrir luzes de referência, nunca perco as gentes que me encaminham. Caminhos de terras reconhecidas, calcadas pelos meus passos, que me conduzem a espaços determinados pelas minhas necessidades reais. Sem pregões. Nem pregas no meu olhar. Abraço o mar de lágrimas derramadas depois das mortes que senti, na minha negra existência. Cruzo o olhar com a indicação que tenho de seguir, sempre atrás de qualquer que seja o teu, a tua, o sempre, seguir-te num bairro que existe sem nunca o reconhecer. Com ternura, no meu olhar, minto-te. Sem coordenadas, sentes a tristeza da mentira que tem de ser, de que realmente tem de existir no meu discurso. Queixas-te com razão ou não tens razão de te queixar, sentindo a imaginação além do nosso horizonte sem principio nem fim, mal eu te minta carinhosamente? Aquela árvore agarra-me ternamente, ancora plantada na minha frente, pelas minhas mãos, pela educação conservadora, a minha.


A morte, a doce morte que a minha Avó escolheu. Contra a moral, falsa, a sua moral falsa e católica, num estado laico apodrecido com as suas entranhas expostas. A morte, a doce morte que abraçou a minha Avó na sua escolha.


Algures entre mim, agora, e o que já fui, passado ainda marcante, encontra-se o que sempre deveria ter sido. Por uma lógica menos conseguida, uma compressão de forças direccionadas para o meu caminho, traçado, definido anteriormente, não por mim enquanto feto mas por todos os que me arrancaram da ignorância amada. Não consegui ser o definido, não me permiti ser o que me foi definido, por ter de conseguir ir sem voltar para essa ignorância passada. Família, valores valiosos que desconheço sempre, ao longo do tempo que corre num dia. Se tudo faz sentido, significado? Para mim, sim. Sempre teve sentido o que fiz. O que os outros pensaram que seria, não sei, imagino. Mas sempre senti que os valores que desconheço constantemente, explodem como cataratas de água cristalina como o sangue, sempre me habituei a senti-los, são importantes para o clarear do caminho que desconheço e percorro.


Porra, lá está o sacana do Pepe a falar dele. Sempre ele e o seu umbigo.


No bairro. Amélia, jovial e de vestido verde pálido, caminha com sedução pela rua onde moro. Abre a porta do seu prédio, em frente do meu, chegada de não sei que sitio, com a mão esquerda. Na outra mão, leva um saco plástico branco, manchado, parece sangue, que pousa cuidadosamente no chão lavado e a cheirar a maçãs. Dobra o corpo de bons atributos, abre o saco. O vestido, típico vestido de mulher segura dos seus quereres, solto, translúcido, deixa-me aperceber o desenho das pernas da Amélia. Perturbado, afasto-me da janela, dirijo-me à cozinha. Abro a porta do congelador, o frio relaxa-me. Penso na minha pequena perversão, sorrio da minha cumplicidade. Amélia sabe que estou sempre à janela, na janela de frente para o seu prédio, sempre na mesma hora, no mesmo instante. Conhece a minha motivação, voyeur, o calor que tenho sempre que vejo o seu caminhar na minha rua, no nosso espaço comum. Provoca-me. Volto à janela, e a Amélia, com movimento de fêmea felina no cio, pernas afastadas como se estivesse a procurar o equilíbrio necessário para prolongar o meu desejo, retira do seu saco de plástico, um objecto que não percebo. Roda a cabeça, olha-me através do vidro, queima-me os olhos, reboliça o meu sangue, mostra-me o que tem na mão. Assustado como um puto apanhado de surpresa na sua primeira punheta, afasto-me da janela. Escondo-me na minha sombra, projectada na parede do fundo da sala. Cobarde, fiquei todo suado. Muito devagar, aproximo-me da janela, espreito. Merda, a Amélia já lá não está. Sou mesmo estúpido. Não consigo olhar, fixo, directamente nos olhos de uma mulher.


Estou cansado. Muito cansado. Não consigo contar mais estórias, inventadas e vividas.


Ouve, podes apagar as luzes? Estou a ficar cego. Além disso, dói-me muito a cabeça. Espera, não falas assim tão alto. Vou chamar um táxi. Quero sair de casa e viajar. Mesmo que seja num carro, quero viajar. Falta-me esse bem estar que sempre obtive no viajar. Como é, já apagas-te as luzes? Todas as luzes que me incomodam? Vá, não me chateies com essas perguntas parvas, apaga as luzes que quero sair. Vá, deixa-me. Eu voltarei, sei que voltarei. O táxi já está à espera lá embaixo na rua. Onde pus o meu dinheiro? Ah, está aqui. Bom. Dá-me um beijo, adeus.


Parado, torcido, podre, embrutecido, sozinho, cego, desprezado, revoltado, morte, regresso, fim.