Sacanas
Só consigo ver sacanas à minha volta. Não é minha paranoia, mas sim a una verdade cósmica. Sacanas de roupas de marca, carros de marca, putas de marca, conversas de marca. Marcas que por serem de eleição desses sacanas, se transformaram também elas, em sacanas de marcas de merda. Esses sacanas tem caras iguais, sempre iguais, atrás uns dos outros, na mesma foto onde todos os outros estão. Sacanas com necessidade de serem vistos, sem nada para se ver. Sacanas que falam muito, mal e sem nada de interese para dizerem ou para nós ouvirmos. Sacanas. Estou mesmo farto desses sacanas todos. Tenho que conseguir perceber como foder esses sacanas todos, tenho de conseguir e que seja de forma rápida para mim mas lenta para eles. Estes sacanas todos que me enojam, que me perturbam o olfato, o ouvido, o meu olhar, que merda são todos juntinhos em festas, férias, jantares, recepções culturais, viajens de barcos sem elegância estética digna. Acreditam, esses sacanas, putas de merda e paroloslabregos, que são realmente o quê? Deuses? Artistas? Algo que está mais acima seja lá do que for? À morte, todos eles. Não em casotas de gáz, mas sim em contentores fechados e com cães famintos lá dentro. Sacanas de merda.
23 novembro 2003
Putaquevospariu
Sim, lês-te bem... Puta que vos pariu... Sim, a puta da vossa mãe... Vão todos para o caralho que vos foda... Morram, seus cabrões nojentos... Cagalhões de merda fedorenta como os que encontro nas nossas belas calçadas... A puta da vossa mãe, sim essa, eu já fodi e mijei para a sua boca... Seus merdas.
Sim, lês-te bem... Puta que vos pariu... Sim, a puta da vossa mãe... Vão todos para o caralho que vos foda... Morram, seus cabrões nojentos... Cagalhões de merda fedorenta como os que encontro nas nossas belas calçadas... A puta da vossa mãe, sim essa, eu já fodi e mijei para a sua boca... Seus merdas.
16 novembro 2003
15 novembro 2003
Dó Ré Mi
Notas falsas, mecânicas, de instrumentos que não existem, simples ilusão criada no virtual binário. Junto-as, baralho-as, cola-as, repito a sequência, colo novas notas falsas e mecânicas. Camadas de sons sobrepostos. Save as. Converto tudo para wav. Nomeio os sons. Gozam com o que faço, caguei para todos. Não me interresam as suas opiniões de merda. Desenho a capa, possível capa, do cd imaginário. Print. Corto, à dimensão, coloco na caixa. Guardo na parteleira ao lado de tudo, de todas as coisas que são eu. Eu, não me importo o que sou para os outros. Não os escuto, só produzem sons distorcidos por cordas vocais mais dadas a intervenções sexuais de obediência. Dentro de dois dias, aproximadamente, irei ouvir as músicas de notas falsas que criei, e então, só ai, nesse instante, vou perceber mais um pouco de mim. Dó Ré Mi.
Notas falsas, mecânicas, de instrumentos que não existem, simples ilusão criada no virtual binário. Junto-as, baralho-as, cola-as, repito a sequência, colo novas notas falsas e mecânicas. Camadas de sons sobrepostos. Save as. Converto tudo para wav. Nomeio os sons. Gozam com o que faço, caguei para todos. Não me interresam as suas opiniões de merda. Desenho a capa, possível capa, do cd imaginário. Print. Corto, à dimensão, coloco na caixa. Guardo na parteleira ao lado de tudo, de todas as coisas que são eu. Eu, não me importo o que sou para os outros. Não os escuto, só produzem sons distorcidos por cordas vocais mais dadas a intervenções sexuais de obediência. Dentro de dois dias, aproximadamente, irei ouvir as músicas de notas falsas que criei, e então, só ai, nesse instante, vou perceber mais um pouco de mim. Dó Ré Mi.
Lá
Terminado o tempo, o arrastar do tempo, o saber de onde veio o querer, levanto os braços e escarro para cima de uma planta qualquer. Não por revolta ou insatisfação, rebeldia prevista, publicada ou anunciada, só por simples vontade de ser o que sempre fui. Não aguentei os filhos de putas que me rodeiam. Quebrou-se a minha resistência, a minha verdadeira motivação. Só consigo encolher os ombros e ignorar os outros. Não deixei de querer o que sempre quis, não parei, só deixo que tudo ande, Deixo-me estar. Calmo. No meu recanto, sózinho. À espera da morte, rápida, silenciosa. Boa noite.
Terminado o tempo, o arrastar do tempo, o saber de onde veio o querer, levanto os braços e escarro para cima de uma planta qualquer. Não por revolta ou insatisfação, rebeldia prevista, publicada ou anunciada, só por simples vontade de ser o que sempre fui. Não aguentei os filhos de putas que me rodeiam. Quebrou-se a minha resistência, a minha verdadeira motivação. Só consigo encolher os ombros e ignorar os outros. Não deixei de querer o que sempre quis, não parei, só deixo que tudo ande, Deixo-me estar. Calmo. No meu recanto, sózinho. À espera da morte, rápida, silenciosa. Boa noite.
13 novembro 2003
10 novembro 2003
Simplesmente
Por culpa da Sofia, desculpa minha, comecei a recordar de tudo, de todos. Pessoas, lugares, actos, roupas, músicas, livros, viajens, tudo, tudo o que fui. Nostálgia pura. Memória ainda não currupta. As conversas, as bebedeiras, a rebelia, os beijos, o sexo, os seios, vaginas, escola, professores... ah, aquela prof de matemática! Incrivel, como eu fui. Lembro-me de tudo, rápido, como se o tempo fosse acabar, curto demais, não me permitindo viver os meus albuns de memória. Suzie, João Galante, Gil, Sofia, Paula Cachopa, Paulo d'Assunção, Rui Elias, Ana Cristina, Sara, Miguel, Alex, Leonor Pinela, António "Oeiras", Carla, Maria Del Mar, Pedro Patricio, Conceição, Rosária, tantos, tantos nomes que não consigo mais recordar. Aqueles momentos na alameda das ganzas, a tasca em frente, demasiadas imperiais. As músicas que ouviamos e viamos, em festas, em concertos. Por vezes, ainda encontro pessoas dessa minha vida, desse meu estar. E estranho. Estranho-os. Não percebo porquê. Por vezes, estranho incómodo, não os consigo associar com as suas imagens em mim. São diferentes, eu sou diferente. Estou diferente. Deixei-me levar pela mudança, a minha mudança, sempre rápida demais e sem consciência de mim. Não quero voltar para trás, não me sinto bem. Só quero recordar, sofrendo, e conhecer todos, de novo, para uma continuidade que me faz falta.
Por culpa da Sofia, desculpa minha, comecei a recordar de tudo, de todos. Pessoas, lugares, actos, roupas, músicas, livros, viajens, tudo, tudo o que fui. Nostálgia pura. Memória ainda não currupta. As conversas, as bebedeiras, a rebelia, os beijos, o sexo, os seios, vaginas, escola, professores... ah, aquela prof de matemática! Incrivel, como eu fui. Lembro-me de tudo, rápido, como se o tempo fosse acabar, curto demais, não me permitindo viver os meus albuns de memória. Suzie, João Galante, Gil, Sofia, Paula Cachopa, Paulo d'Assunção, Rui Elias, Ana Cristina, Sara, Miguel, Alex, Leonor Pinela, António "Oeiras", Carla, Maria Del Mar, Pedro Patricio, Conceição, Rosária, tantos, tantos nomes que não consigo mais recordar. Aqueles momentos na alameda das ganzas, a tasca em frente, demasiadas imperiais. As músicas que ouviamos e viamos, em festas, em concertos. Por vezes, ainda encontro pessoas dessa minha vida, desse meu estar. E estranho. Estranho-os. Não percebo porquê. Por vezes, estranho incómodo, não os consigo associar com as suas imagens em mim. São diferentes, eu sou diferente. Estou diferente. Deixei-me levar pela mudança, a minha mudança, sempre rápida demais e sem consciência de mim. Não quero voltar para trás, não me sinto bem. Só quero recordar, sofrendo, e conhecer todos, de novo, para uma continuidade que me faz falta.
Sofia
Acordei, hoje, a sonhar, a recordar. Lembrei-me dela, não sei porquê, já não me recordava dela. Os olhos e a voz caminharam por mim, incomodando-me, pertubando-me, obrigando-me a sentir a náusea da saudade. Não sei onde está, se está algures perto, se está ainda igual à minha memória. É uma parte do meu passado, do que fui e vivi. De onde vim e onde estive. Onde pertenci. Lembrei-me das coisas vividas, dos momentos falados e sofridos. Senti percorrer no meu sistema olfactivo, o seu cheiro guardado num frasco de memória. Gostava de lhe tocar, de novo, mas sei que não é possível. O que me recordo, já não é. A imagem não tem corpo, nem sentido. Se um dia a encontrar, vou duvidar se é realmente ela. Ela, a que eu vivi.
Acordei, hoje, a sonhar, a recordar. Lembrei-me dela, não sei porquê, já não me recordava dela. Os olhos e a voz caminharam por mim, incomodando-me, pertubando-me, obrigando-me a sentir a náusea da saudade. Não sei onde está, se está algures perto, se está ainda igual à minha memória. É uma parte do meu passado, do que fui e vivi. De onde vim e onde estive. Onde pertenci. Lembrei-me das coisas vividas, dos momentos falados e sofridos. Senti percorrer no meu sistema olfactivo, o seu cheiro guardado num frasco de memória. Gostava de lhe tocar, de novo, mas sei que não é possível. O que me recordo, já não é. A imagem não tem corpo, nem sentido. Se um dia a encontrar, vou duvidar se é realmente ela. Ela, a que eu vivi.
08 novembro 2003
Eu, de novo eu
A minha carne, o meu sangue, fui comida e bebida, fui sempre alimento e proveito para outras pessoas. Só me deixaram os ossos. Talvez por serem dificeis de digerir e causar dores terriveis nos seus estômagos delicados. Agora, que pouco falta para morrer, já não conseguem perceber o porquê, o porquê de tantas coisas vividas e que nunca me falharam na memória. O meu sangue que bebes-te, que te corroa. A minha carne que devoras-te, que te rebente. Malditos.
A minha carne, o meu sangue, fui comida e bebida, fui sempre alimento e proveito para outras pessoas. Só me deixaram os ossos. Talvez por serem dificeis de digerir e causar dores terriveis nos seus estômagos delicados. Agora, que pouco falta para morrer, já não conseguem perceber o porquê, o porquê de tantas coisas vividas e que nunca me falharam na memória. O meu sangue que bebes-te, que te corroa. A minha carne que devoras-te, que te rebente. Malditos.
06 novembro 2003
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