07 novembro 2006

Mas que perfeito imbecil!

Acreditas que isto é maneira de começar a contar uma estória? Incrível! E ainda por cima está editada em livro, papel amontoado... Bem, deixa-me contar-te uma coisa que realmente aconteceu na minha cabeça. Lembras-te daqueles restos de barcos de pesca e de contentores que apodreciam nos estaleiros, caixote de lixo naval, ali onde agora é uma zona muito bem? Lisboa no inicio do século, seca, vinte e um? Andei por ali com a Patrícia e a Ana Cristina a fotografar. O ambiente era muito bom para a fotografia com modelos. Alguns desses restos de barcos ainda tinham cores e grafismos muito bons. Azuis e vermelhos, brancos sujos de lodo. Quando? Para ai em 92 ou 93, não me recordo bem. Sei que a podridão do local e a companhia de duas mulheres boas... desculpa, bonitas, lindas, simpáticas e... boas. Sim, boas, boas, boas. E sempre que mudavam de roupa, toma lá mais porrada nesses olhos, sacana! Lá ficavam desfocadas as fotografias. Num barco que deveria ter sido utilizado para a pesca ao cagalhão, a Ana Cristina entrou para a antiga cabine, sem porta, sem janela, tudo escuro por dentro. Apoio-se num degrau metálico que ainda conseguia resistir ao tempo, não conseguiria resistir mais tarde à exposição mundial, com algum receio. Aproximei-me dela e afastei-lhe o cabelo dos olhos. Para além do reflexo da minha vontade de a foder, consegui perceber na sua retina um rosto de outra mulher. Não sei quem era, tentei durante todos estes anos entender. Ela estava ali mas eu não a via. Estava na retina da Ana Cristina mas não a via ao nosso redor. O desconforto no meu corpo obrigou-me a afastar e a sentar-me no bordo do barco. Deixei que a máquina fotográfica fica-se pendurada na minha perna. Comecei a suar. A Ana Cristina aproximou-se e, indiferente, profissional e correcta, com uma expressão de preocupação limpa-me o suor da minha careca. Não consegui falar. Não sabia o que lhe dizer. O frio incomodava-me. Levantei-me e abracei-a como a tentar agarrar uma corda. Saltamos do barco, fomos até à carrinha onde a Patrícia nos esperava. Lembro-me de tirar uma lata de sumo e beber todo sem parar. A Ana Cristina e a Patrícia começaram a mudar de roupa, mas nem isso me conseguiu abstrair daquele rosto. Aquela expressão de mulher forte, quente, sem me tocar fisicamente. Deitei-me em cima de uma das placas de esferovite utilizadas como reflectores. Adormeci. Não sei se é verdade, mas eu ouvi. Era uma voz de mulher, calma, que me dizia repetidamente, que o vento vai acalmar. Estava a dormir, mas mesmo assim eu sei que ouvi. Não era sonho, impossível. Só podia ser ela a falar, deitada ao pé de mim, bem perto da minha alma. O vento vai acalmar, mesmo em dias quentes. Achas que entendes? Porreiro, porque eu não. Nunca entendi. Ainda hoje não entendo, mas sei que foi aquela mulher na retina da Ana Cristina, que me falou. Que interesse tem esta treta? Não sei, foi só uma maneira de começar a escrever. Já estava a olhar para a porcaria do monitor, não sei, talvez à mais de cinco horas. Ah pois! Quando me dá a panca, dá mesmo forte. Também podia ter começado a escrever assim... A merda continua a existir vigora em todo o lado a existência de cheiros e suores caldos sem inteligência primária em situações por vezes caóticas regressam do nosso pensamento e vontade de partilhar nada só para mim só para eu usufruir sem demonstrar que estou mal sem dizer se estou cá ou lá sabes que sim e no entretanto sabes que sabes sem ouvires o que te digo levanto o caixote e abro a porta e ligo o candeeiro ontem saltei por cima de uma poça de água cristalina sem deixar cair uma única moeda na poça consegui abrir a algibeira e tirar de lá um caderno com as folhas azuis e escrever a palavra que não sai da boca o espirro que magoa as orelhas e o sangue que aquece dentro da caneta amarela que me ofereceram gostas de chocolates brancos? queres um carro para passear o cão ou então só simplesmente abrir a janela e gritar enquanto em velocidade elevada apagas o cigarro em cima da lista telefónica que tenho na gaveta a colher de prata com cabo branco de marfim de foca do jardim zoológico gostava de saber dar os saltos dos golfinhos a luz está cara a factura da água assusta qualquer um o meu vizinho tem uma cadela estúpida que não para de ladrar sempre que desce as escadas para ir passear e tu gostas de cerveja morna por isso entornas toda a sopa por cima da tua avó sem lhe pedires desculpas sempre armada em gaja bem com capacidade para governar o mundo sem saber como o fazer na tua casa essa barraca já foi muito fixe agora está cheia de pássaros que não sabem voar com as assas partidas conseguiram ler este texto as pessoas que pensam que são inteligentes como a merda se vestem de visons e camisas de malhas douradas e as batatas cozidas dispostas em triângulos bicudos sobre o peixe grelhado e com salsa sem se portar bem e com pêras amarelas com pintas castanhas e bananas fritas acompanhadas de entremeadas e sal grosso na borda do jarro com sangria que tanto adoro sem limão sem nada que me impeça para manipular os outros e alcançar o patamar de morte que tu tanto anseias sem saberes que eu sei o kiwi novo é mesmo bom sem ser ácido nem muito mole que se pode esmagar sem força nas mãos e fazer puré soluções sem solução problemas sem resolução só um tiro nos cornos acaba com a miséria que tens dentro do teu Cu, puta de merda levaste-me os meus euros sem me fazeres a mamada que eu quero, puta nobre puta da calçada típica tuga que calcas sempre todos os dias com essa mini saia linda azul e riscos verdes esbatidos brincos de latão sempre lisos como lilás num vaso à beira da janela de madeira da tia Amélia que tanto fodi naquele verão lisboeta de santo António o diploma que publicaram na assembleia pública do bairro que está podre e o poder que não resolve nada merda, sempre tu para mim e nunca o mim para o tu sua cabra desalmada não te quero ver mais foda-se vou te forçar a engolir a melancia sem deixar que os livros te incomodem sempre desejei que tu me amasses e mamasses e masturbasses e tudo o que icónicamente te dei oferta de um sorriso um carro que passa um agricultor que planta mais uma raiz mais um inicio de incêndio mais uma madeira para a tua barraca até amanhã sem luz com o horário todo trocado sem palavras para te dizer como um caramelo doce derretido sem copos de água suja ou azul ou verde ou de outra cor que seja sendo linda os teus seios a tua peida as tuas pernas a tua boca para me mamares gosto de te agarrar nas tetas de silicone mordidas de tesão nesses mamilos suaves uma cerveja já morna faz-me cagar sempre em sítios sem interesse podia ser no louvre ou no prado ou no de arte contemporânea sem batida a música soa mal sem nada para me dizer a minha barba faz-me cócegas as calças sua puta, as calças, são azuis porque são de cor assim relaxante ali para mim sem o tu com o mim a delirar a minha barriga dói e é barroca manuelina romana rocócó gratuita arte impressa neste pasquim odeio gatos e gatinhas e cães e cadelas e periquitos e periquitas e peixonas de raça sem raça sem definição na curva népia sem torção em média roda sem empatar mais tempo aviso-te vou-te matar sempre a ver os terrorista da federação norte americana a roubar a matar a violar negando que fazem parte deste mundo sem ganhar nada só o orgulho de sempre vergonhoso o terrorismo militar us sempre a ser igual a uma invenção mal parida por judeus vestidos de suásticas suadas e datadas o sangue é diferente foram eles que criaram a sida o mal da vida a democracia, a vontade do demónio o bush disfarçado de ser humano morte pelos poros o sangue nas paredes temos de erguer muros altos á volta dessa maligna federação nortenha assassina porcos o kiwi falou o Pepe vai vos matar seus atrofiados as vossas línguas penduras agrafadas nos vossos testículos a lerem os versículos do demónio azul estrelado e de vermelho riscado porcos vou-te amar para sempre minha donzela esquecida vou-te pregar no lado esquerdo do meu cérebro faz-me uma chamada liga-me a Saturno e deixa-me lá dormir no centro do universo no conflito universal de estar e ser sem poder ter o riso de coexistir em desordem natural os caldos iniciais que te contemplam cheira mal o ar condicionado por tua vontade estava sempre em ti sem espaço para o eu poder ser ou estar em calmaria de emoções tirei os sapatos ai nesse desolado local, sempre quente sempre a ladrar o nervosismo ladrão não anuncia o roubo com a sua boca ágil mas encara a vida com um garrote no braço injecta diamantes roubados aos judeus sujos que matam e violam as torres foram assassinadas pelos seus pais mesmo sem o admitirem tem de manter o negócio o demónio veste de azul com estrela a brilhar e escondesse por detrás de riscos vermelhos a marcar a possessão através do roubo sacanas ex-presidiários escondidos porcos... E agora? Já estás mais crente na mente?

1 comentário:

O bibliotecário anarquista disse...

Fogo pepe. ninguém lê isto pá!