15 março 2004

É triste ser a prova de tudo o que odeio

Mas mesmo assim, continuo a ter dores incriveis de pescoço. Hoje andei a passear por Lisboa. Magnifica cidade. Só poluição, barulhos, maus cheiros, merda atrás de merda, sempre o mesmo ritmo marado, compassado, de vidas nojentas e sem interrese. E porque as gajas, voltaram hoje a ser boas, por causa do calor, esse bom calor lusitano, começaram a deixar as mil e uma peças de roupa com que se tapavam. Viva a porra das mini-saias. Vivam as pernas rapadas. Vivam as peidas a abanar, as tetas a quererem sair dos decotes quentes. As bocas mais suadas que brilham mesmo no metro. As roupas ao som sensual dos saltos dos sapatos, das botas, daqueles pés que transportam as gajas de um lado para o outro. Voltei a ter vontade, não a de foder, nada disso. Só vontade de desenhar e ler, ouvir musica e escrever. Beber mais uma gelada. Hoje, no metro, com o calor a comandar os seus gestos, mesmo os mais simples gestos, o mandar para trás o cabelo vistoso, duas mulheres, vintes e tal, conseguiram motivar-me para a vida de novo. Hoje vou sair à noite. Tenho de sair hoje à noite.

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