
O castelo tinha as paredes brancas. Só a sujidade do sangue dos vermes mortos no alto das suas muralhas, impedia que qualquer pessoa confundi-se a alta fortificação com uma nave celeste. O sorriso do seu mestre reflectia de pleno fulgor, o seu gosto em brincar com os outros. Conseguia com muita facilidade confundir a razão e enganar a própria lógica. Todos morriam de estupidificação, aqui neste reino de paredes caiadas de branco e tão antigas como a memória esquecida. Da alta torre com visão periférica constante, o sujeito manipulava aqueles que mantinha o seu reino. Costa luminosa, banhada por um oceano de águas aquecidas pelo esforço de disfarçar o que não se quer reconhecer. Gente até demais. Na solidão. E o seu mestre continuava a usufruir dos outros. Esta poderia ser a estória da vidinha nossa, mas não é. É a vida de alguém que ocupa o meu cérebro queimado.